" Moko"
Comunicação entre os animais resolveu problema
Num episódio inédito, um golfinho particularmente comunicativo que frequenta a praia neozelandesa de Mahia, salvou dois cachalotes que tinham ficado aprisionados naquela zona e não conseguiam encontrar o caminho de volta para mar aberto, apesar dos esforços das equipas do instituto de conservação local.
A história, que ocorreu na quarta--feira, foi contada com emoção pelo líder do grupo que estava a tentar salvar os dois cachalotes, Malcom Smith, que não poupou palavras para descrever a cena. "Não falo a língua das baleias, nem a dos golfinhos", disse Smith em declarações citadas pela imprensa internacional, "mas algo se passou entre aqueles animais porque os dois cachalotes mudaram de atitude" quando o golfinho entrou em cena.
Velho conhecido na região, já que com frequência aparece por ali para nadar e divertir-se com banhistas e surfistas, Moko acabou por ganhar o nome pela sua simpatia e comunicabilidade. E, aparentemente, foram a sua comunicabilidade e simpatia que voltaram a estar em evidência, mas com dois cachalotes em stress.
As equipas lutavam já há algum tempo para tentar indicar o caminho aos dois animais aprisionados, quando Moko surgiu e comunicou com eles. Os dois cachalotes acalmaram--se então, seguiram-no em direcção à abertura para o mar e saíram da baía sem mais problemas.
A praia de Mahia, que fica na ilha do Norte, da Nova Zelândia, na reentrância de uma baía, é uma zona conhecida por ocorrências deste tipo. Todos os anos, cerca de 30 baleias entram na baía, talvez inadvertidamente, ou por desorientação, e ficam ali encurraladas. Na maioria das vezes, o esforço das equipas de conservação animal para tentar devolvê-las ao mar aberto é uma luta vã. E muitos animais, condenados a uma morte lenta, acabam por ter que ser abatidos.
Apesar destas situações serem ali frequentes, nunca antes um outro animal (que não o humano) tinha interferido para tentar salvar baleias. Mas foi exactamente isso o que Moko fez na quarta-feira, numa aparente solidariedade consciente inter-espécies.
Encurralados na baía, os dois cachalotes - mãe e cria - pareciam perturbados e desorientados e apesar dos esforços da equipa no local, não conseguiam seguir as indicações para encontrar a saída para o mar. Malcom Smith e outras testemunhas no local contaram que o golfinho e os cachalotes foram ouvidos durante algum tempo a produzir ruídos aparentemente dirigidos uns ao outros. "O que comunicaram entre si não sei", explicou o especialista em conservação. "Não sabia que os golfinhos podiam comunicar com os cachalotes, mas alguma coisa aconteceu que permitiu a Moko conduzir os dois cachalotes através do caminho certo".
Segundo Malcom Smith, "é possível que Moko tenha ouvido à distância os chamamentos dos cachalotes, que se mantinham à tona emitindo sinais sonoros de stress evidente".
Quando Moko entrou em cena, os cachalotes mudaram de atitude, depois de uma aparente conversação entre os animais. Mergulharam então e seguiram atrás do golfinho, que os guiou em segurança para o canal de saída.
Mais tarde, o simpático golfinho regressou à baía, onde retomou as suas habituais brincadeiras com os banhistas, mas os cachalotes seguiram o seu caminho e não voltaram a ser vistos.
"Sei que isto não foi lá muito científico, mas quando o golfinho voltou, meti-me na água e fui dar-lhe uma palmadinha de agradecimento" disse Smith.
in "DN Online" 14.03.08
Abaixo um filme de "Moko", o golfinho simpático da baía de Mahia, na Nova Zelândia.
Pelos Animais
Num episódio inédito, um golfinho particularmente comunicativo que frequenta a praia neozelandesa de Mahia, salvou dois cachalotes que tinham ficado aprisionados naquela zona e não conseguiam encontrar o caminho de volta para mar aberto, apesar dos esforços das equipas do instituto de conservação local.
A história, que ocorreu na quarta--feira, foi contada com emoção pelo líder do grupo que estava a tentar salvar os dois cachalotes, Malcom Smith, que não poupou palavras para descrever a cena. "Não falo a língua das baleias, nem a dos golfinhos", disse Smith em declarações citadas pela imprensa internacional, "mas algo se passou entre aqueles animais porque os dois cachalotes mudaram de atitude" quando o golfinho entrou em cena.
Velho conhecido na região, já que com frequência aparece por ali para nadar e divertir-se com banhistas e surfistas, Moko acabou por ganhar o nome pela sua simpatia e comunicabilidade. E, aparentemente, foram a sua comunicabilidade e simpatia que voltaram a estar em evidência, mas com dois cachalotes em stress.
As equipas lutavam já há algum tempo para tentar indicar o caminho aos dois animais aprisionados, quando Moko surgiu e comunicou com eles. Os dois cachalotes acalmaram--se então, seguiram-no em direcção à abertura para o mar e saíram da baía sem mais problemas.
A praia de Mahia, que fica na ilha do Norte, da Nova Zelândia, na reentrância de uma baía, é uma zona conhecida por ocorrências deste tipo. Todos os anos, cerca de 30 baleias entram na baía, talvez inadvertidamente, ou por desorientação, e ficam ali encurraladas. Na maioria das vezes, o esforço das equipas de conservação animal para tentar devolvê-las ao mar aberto é uma luta vã. E muitos animais, condenados a uma morte lenta, acabam por ter que ser abatidos.
Apesar destas situações serem ali frequentes, nunca antes um outro animal (que não o humano) tinha interferido para tentar salvar baleias. Mas foi exactamente isso o que Moko fez na quarta-feira, numa aparente solidariedade consciente inter-espécies.
Encurralados na baía, os dois cachalotes - mãe e cria - pareciam perturbados e desorientados e apesar dos esforços da equipa no local, não conseguiam seguir as indicações para encontrar a saída para o mar. Malcom Smith e outras testemunhas no local contaram que o golfinho e os cachalotes foram ouvidos durante algum tempo a produzir ruídos aparentemente dirigidos uns ao outros. "O que comunicaram entre si não sei", explicou o especialista em conservação. "Não sabia que os golfinhos podiam comunicar com os cachalotes, mas alguma coisa aconteceu que permitiu a Moko conduzir os dois cachalotes através do caminho certo".
Segundo Malcom Smith, "é possível que Moko tenha ouvido à distância os chamamentos dos cachalotes, que se mantinham à tona emitindo sinais sonoros de stress evidente".
Quando Moko entrou em cena, os cachalotes mudaram de atitude, depois de uma aparente conversação entre os animais. Mergulharam então e seguiram atrás do golfinho, que os guiou em segurança para o canal de saída.
Mais tarde, o simpático golfinho regressou à baía, onde retomou as suas habituais brincadeiras com os banhistas, mas os cachalotes seguiram o seu caminho e não voltaram a ser vistos.
"Sei que isto não foi lá muito científico, mas quando o golfinho voltou, meti-me na água e fui dar-lhe uma palmadinha de agradecimento" disse Smith.
in "DN Online" 14.03.08
Abaixo um filme de "Moko", o golfinho simpático da baía de Mahia, na Nova Zelândia.
Pelos Animais
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