A Nossa Clínica

A Vetcondeixa, fundada em 30 de Dezembro de 1990, localiza-se em Condeixa-a-Nova, dispõe de generosas instalações, moderno equipamento e sofisticados meios auxiliares de diagnóstico.

Disponibiliza um horário de atendimento alargado, (de segunda a sexta da 10:00h as 13:00h e das 15:00h as 20:30h e aos sábados das 10:00h as 13:00h e das 15:00h as 18:00h) e uma equipa de profissionais atenta às necessidades dos clientes que nos visitam.

A nossa essência é a prestação de um serviço de excelência ao nível dos cuidados médicos de animais de companhia.

terça-feira, julho 29, 2008

O Abandono de Animais em Portugal



«O abandono de um animal é um acto cruel e degradante». É o que diz o artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos do Animal. E com as férias à porta, o número de animais abandonados sobe exponencialmente, apesar de ser uma realidade silenciosa durante o ano. As diferentes associações de defesa dos animais registam os casos observados ao longo do tempo e concluem que apesar de todas as campanhas já realizadas, dos apelos sem conta, o número de cães abandonados está a aumentar. O ano passado foi considerado o pior ano em números de animais abandonados, mas este promete ultrapassar o anterior. Apesar da nova legislação obrigar a aplicação de um dispositivo electrónico de identificação em todos os cães nascidos a partir do dia 1 de Julho último, não se espera que este tenha reflexo no número de animais abandonados ainda este ano. A tendência de subida começou a esboçar-se em 2006 e não parou mais. Todos os canis estão cheios de animais abandonados, não havendo espaço para mais nenhum. Esta sobrelotação a nível nacional foi atingida desde Maio e que permanece, ou seja, o cão está a tornar-se num bem descartável e não só em Agosto, mas em todos os meses do ano, deixando o abandono de ser um fenómeno sazonal — os cães continuam a ser mais abandonados no Verão, mas esta situação passou a ser permanente na sociedade portuguesa por estes tempos.

As crescentes dificuldades económicas de muitas famílias portuguesas poderão explicar, em parte, este pico de abandonos. Há pessoas a trocarem as vivendas por apartamentos, a irem à procura de trabalho para o estrangeiro — em geral, vive-se com menos dinheiro. O abandono é um sintoma de crise, mas não apenas económica. Talvez uma crise de valores de um modo geral.
Na ausência de estatísticas oficiais, as associações têm os seus próprios indicadores. Entre os que abandonam, existem os "conscienciosos", ou que o tentam ser. São os que telefonam primeiro para os canis a pedir para receberem os cães. As desculpas são comuns — Vão desde alergias às ausências para o estrangeiro. Quem entrega os animais quase nunca diz que ele é seu. Dizem que encontraram o animal na rua ou que era de um amigo.
Outras chamadas são mais directas e afirmam peremptoriamente que vão de férias muito em breve e que não podem ficar com o cão! Alguns abandonam os animais no portão dos canis; outros são atirados por cima da vedação, mesmo que tenha dois metros de altura. E acreditem que há quem abandone os seus antigos amigos em plena auto-estrada, ou nalguma via rápida com a eminente probabilidade de atropelamento e causa de acidentes graves.
O número crescente de cães de raça pura entre aqueles que são deitados para a rua é uma das novidades desta nova vaga. O sangue azul já não os salva. Talvez porque a manutenção destes animais é habitualmente mais dispendiosa do que a de um rafeiro. É uma explicação, mas há outras. As notícias sobre as raças perigosas têm tido efeitos dramáticos, como já se previa; entre os abandonados com pedigree, avultam os pitbull e os rottweiler. Por outro lado, os cães são também, para certas pessoas, um fenómeno de moda — quando esta passa, troca-se de animal. Aconteceu, por exemplo, com os dálmatas.
Segundo as associações de defesa dos animais, a sucessão vertiginosa de abandonos ameaça rebentar com a reduzida estrutura de apoio existente no país, a maior parte a cargo de associações que vivem sobretudo de algumas poucas doações e do trabalho de um reduzido número de voluntários.
Um cão que entra num canil municipal, recolhido na rua, tem uma esperança de vida de sete dias. É o tempo legal para ser reclamado. Findo este prazo, é abatido. O principal trabalho de muitas associações de defesa dos animais é o de tentar evitar que este destino se cumpra, sobretudo, por via de campanhas de adopção. E os números são sempre impressionantes. Uma só associação já salvou cerca de mil cães em 3 anos. Alguns canis municipais tentam protelar o abate, mas como as instalações estão agora permanentemente cheias, aceleram o processo cumprindo o prazo legal de 7 dias. Isto reflecte as duas faces da mesma moeda: por um lado aumentam os abandonos e por outro, as adopções também estão em queda livre.
Quando se adquire um animal de estimação é preciso pensar bem. É uma acção que, para além de exigir uma dedicação «para a vida», implica muitas despesas.
Com o sol à porta, as responsabilidades e as preocupações são postas de lado e o que interessa é descansar, trabalhar para o bronze e sair com os amigos. Mas há responsabilidades que não podem ser ignoradas e os animais de estimação são uma delas.
Calcula-se que existem 12 mil animais abandonados em Portugal.

ESTE VERÃO, NÃO DEIXE O SEU MELHOR AMIGO PARA TRÁS


Pelos Animais

5 comentários:

Maria Lua disse...

Um excelente texto/reflexão para esta problemática que parece não ter fim...
Postei no meu blogue com as devidas referências.
Muito obrigado pela partilha.
Boas Férias.
:-)

Salvadorvet disse...

Olá :)
Muito obrigado por nos ajudar a partilhar esta reflexão com o mundo, sempre com a secreta esperança de que contribuimos para um planeta melhor.
Boas Férias.
:-)

Mena Lima disse...

Gostei muito do vosso blog, parabéns!

Salvadorvet disse...

Muito obrigado por nos visitar e nos estimular a melhorar a nossa actividade :)

Kitty disse...

Olá

O meu nome é cristina, sou de coimbra.

gostaria de deixar uma mensagem, e agradeço se a
puderem divulgar.

Hoje, quando passeava a minha cadela, vi um olhito negro e brilhante a
espreitar por entre as silvas. Era um porquinho da Índia, abandonado
num cachecol. Fui por a cadela a casa, trouxe uma caixa e uns
bocadinhos de maçã. Tentei atrair o animalzito, mas ele estava cheio
de medo, e foi uma verdadeira aventura apanhá-lo!!!

Quando finalmente o apanhei, verifiquei que tinha peladas e o pêlo
rarefeito. Liguei para as urgências veterinárias e levei-o para lá.
aparentemente, está bem de saúde. tem um peso um pouco baixo, o
coração e os pulmões não apresentam problemas. Estava apenas um pouco
desidratado, ABSOLUTAMENTE ESFOMEADO, e, claro, com uma sarna que o
veterinário diz que não é de dificil tratamento. Em principio, já lhe
arranjei dono, se não arranjar, fico eu com ele. É um animal adorável,
e quando lhe demos comida começou a fazer uns barulhinhos tão doces
que fiquei apaixonada (e aliviada, já que quando o tentei apanhar, fez
uma gritaria, que parecia que eu o queria matar!)

Gostaria de deixar um apelo: POR FAVOR, NÃO ARRANJEM ANIMAIS SE
NÃO ESTIVEREM DISPOSTOS A CUIDAR DELES, NO MELHOR E NO PIOR!! seja cao, gato, porquinho da india, tartaruga...

imagino que quem deixou ali o pobre porquinho se assustou com a doença
dele, ou não o quis levar ao veterinário. Mas um animal é uma
responsabilidade, e quando decidimos ter um, devemos ter a noção de
que nem tudo são rosas, e de que podemos vir a ter despesas de
veterinário, e se for preciso, teremos de fazer muitas vezes o papel
de enfermeiros! Se tivermos de nos ausentar, temos de ter alguém que
cuide deles! A amizade e companhia dos nossos animais TEM de ser
devidamente retribuída por nós! É o mínimo que podemos fazer pelos
amigos que nao exigem nada alem de protecção e carinho, seja lá qual
for a sua raça, tamanho ou espécie!

ABANDONAR UM ANIMAL É UM ACTO COBARDE E VIL.

Muito obrigada pela atenção,
Cristina Velez