A Tina veio cortar as unhas que estavam a crescer exageradamente porque os passeios que a dona lhe dava frequentemente, por motivos de força maior não têm sido tão regulares ultimamente. Tenho de confessar que tive de lhe pôr um açaime, não que ela fosse má, pelo contrário, mas nas unhas não gosta muito que lhe toquem e responde com rosnadelas e mordiscos, porque precisava dos dedos saudáveis para tratar da pomba abaixo que foi encontrada, desorientada, magra e desidratada num jardim em Condeixa. Na foto já depois da sessão de manicure a Tina exibe a sua excêntrica alegria. :)
Hoje, a nossa assistente Ângela já lhe deu de comer e ela já hidratada com soro glicosado e Duphalite (solução nutritiva com aminoácidos, minerais e vitaminas) deu alguns passos pelo seu espaço de internamento que a Ângela carinhosamente preparou.
A Whale and Dolphin Conservation Society (WDCS) do Reino Unido, a nosso pedido enviou-nos este livro da RSPCA (Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals), gratuitamente, que nos ajudará melhor a lidar com os mamíferos marinhos que encalham nas nossas praias, aliviando o seu sofrimento e ajudando a recuperá-los. Obrigado WDCS, apesar de discordarmos com a política de tudo ou nada, ou seja, ou o animal é reflutuado em pouco tempo ou eutanasia-se (baseando-se nas estatísticas que apontam para uma mortalidade de quase 100% nos animais que não são reflutuados, mas para nós salvar um animal, já justifica todo o esforço e dinherio dispendido na sua conservação), temos de reconhecer que têm feiro um trabalho meritório nessa área.
3 comentários:
Formiguinha, acho que tens toda a potencialidade para ir em frente. Apesar de eu adorar, tb gostava de poder fazer um na área de letras . :)
Bem dito Sal ;) De facto, o simples facto de TENTAR salvar um animal já justifica todo o esforço e dinheiro dispendido na sua conservação :)
A vulnerabilidade dos cetáceos pode ser severamente agravada por factores como a degradação e perturbação dos seus habitats, a poluição, a redução de recursos alimentares, o uso e abandono de artes de pesca não selectivas e as capturas deliberadas e acidentais. Todos estes factores são resultantes de actividades antropogénicas e como tal, é do dever do homem, tentar minimizar os problemas que tem causado, começando por intervir no apoio à protecção das espécies e zelando pela sua preservação. Contudo, os arrojamentos têm sido uma mais valia, na medida em que cada evento pode ser considerado como uma oportunidade única para aprender alguma coisa sobre a espécie, o que não seria possível de outra forma. Um arrojamento de um animal, quer esteja vivo ou nao (à excepção de se encontrar num estado de decomposição avançado)é sempre fonte de dados biológicos sobre a espécie arrojada. Um estudo de um animal morto pode fornecer informações relevantes para o conhecimento da biologia da espécie. Os dados obtidos permitem efectuar estudos de monitorização das populações mais afectadas que incluem, entre outros, a quantificação dos índices de mortalidade registada para cada espécie. Um outro dado que aponta a elevada importância e reconhecimento do valor científico no estudo dos arrojamentos dos mamíferos marinhos é quanto à condição física dos animais arrojados que são potenciais indicadores da saúde do meio marinho. Dado que estes animais vivem em praticamente todos os oceanos e mares do mundo, torna-se possível através de uma monitorização nos parâmetros relativamente aos níveis de contaminantes presentes no corpo, detectar degradações no habitat e desequilíbrios no ecossistema marinho. Infelizmente, nem isto é valorizado, ou o animal é reflutuado, ou é eutanasiado e enterrado :((
Obviamente que isto nao é nenhuma novidade pra ti, mas será pra outros ;)
Até breve
Estarei o mais breve possivel a ajudar na reabilitação da Nazaré, Linda bebé G. melas :)
Telma Barreto
Tens a lição bem estudada Telma! É sempre ver que há pessoas dispostas em enveredar por esta área. Estamos à tua espera.
Beijos.
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